segunda-feira, 6 de junho de 2011

Cresce demanda por cuidadores de idosos


Segundo especialistas, envelhecimento e falta de leitos nos hospitais impulsionam aumento da procura por esses profissionais

Com o aumento da expectativa de vida, a profissão de cuidador de idosos está se tornando cada vez mais atrativa. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a esperança de vida ao nascer no Brasil cresceu três anos no período entre 1999 e 2009. O estudo aponta que, em 1999, a expectativa de vida do brasileiro era de 70 anos e, em 2009, de 73,1 anos. 
Além disso, especialistas apontam a grande falta de leitos nos hospitais como fator para o aumento da procura desses profissionais. Segundo a Federação Brasileira de Hospitais (FBH), em 2010 foram registrados 463.166 leitos, uma queda de 35, 7 mil leitos em relação ao ano anterior.
“A necessidade desses profissionais é uma realidade. É preciso prevenir doenças e orientar as famílias para que adaptem os ambientes para os idosos”, destaca Rita de Cássia Tapié, professora no curso de enfermagem da Universidade Anhembi Morumbi.

Regulamentação
Apesar dessa necessidade existente, a função ainda não é considerada uma profissão. “Está em processo de regulamentação na Câmara dos Deputados, mas não foi votada”, afirma Márcio Borges, geriatra e editor do Portal Cuidar de Idosos.
Segundo a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), o cuidador de idosos é conceituado como trabalhador doméstico. Assim, o que vale para a empregada doméstica vale para o cuidador.

Funções
Mas o que faz um cuidador de idosos? Segundo Rita, há três modalidades nessa área: internação domiciliar (leva os recursos do hospital para casa do paciente), assistência domiciliar (pacientes que já saíram do estado agudo, mas ainda têm uma condição vulnerável que exige cuidados) e o atendimento domiciliar (cuidados de curta duração).
O cuidador substitui a família quando necessário. “É como um acompanhante, que auxilia no cuidado, dá banho e ajuda na alimentação.” Caso seja necessário procedimentos mais complexos, como internação domiciliar e medicamentos intravenosos, o profissional deve ter um nível técnico em enfermagem.
A principal função desse profissional é prevenir doenças aos idosos e trazer qualidade de vida. “O cuidador vai acompanhar o idoso em passeios, prestar atenção nas atividades cognitivas, ajudar na locomoção e lembrar os horários dos medicamentos prescritos pelo médico”, ressalta.

Perfil
O cuidador de idosos, além da responsabilidade com a saúde, deve entender que há um lado emocional envolvido, tanto da parte do paciente como da família. Esse profissional deve ter uma habilidade social. “A parte técnica é possível aprender, mas a postura ética é característica de cada profissional.”
O profissional que deseja atuar nessa área deve ter flexibilidade e paciência para entender que, no início, as famílias ficam inseguras em relação à saúde do idoso e aos cuidados que aquela pessoa deve tomar.
Formação
Para quem quer iniciar a carreira nessa área, há alguns cursos técnicos e profissionalizantes, tanto em enfermagem, quanto para cuidador de idosos.
“O cuidador não é uma profissão opcional, mas uma necessidade social. Falta iniciativa do poder público para qualificar esses profissionais”, afirma Souza, presidente da Associação dos Cuidadores de Idosos do Estado.

Salários
A faixa salarial dos cuidadores de idosos varia muito, pois os profissionais podem tanto ser contratados por cooperativas, como registrados em regime CLT. No caso dos cooperados, segundo Vanessa, o salário médio é cerca de R$ 710, já descontando o INSS.
Já para aqueles registrados em carteira, a remuneração varia também dependendo da região. Em São Paulo, é entre R$ 850 e R$ 1,5 mil. Em Minas Gerais, o valor fica entre R$ 700 a R$ 1 mil, estima o Dr.Marcio Borges.

Fonte: IG - 25/04/2011

http://www.devoltaparacasa.org.br/noticias/cresce-demanda-por-cuidadores-de-idosos


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